Primeiramente, se queres conhecer a Deus, aprendes a conhecer-te a ti mesmo. Sem o auto-conhecimento corremos sempre o perigo de nossos pensamentos acerca D’ele serem meras projeções. O paradoxo do conhecer Deus está no fato de querermos subir para Deus, à medida que nos rebaixarmos até nossa própria realidade. Para isto, precisamos mergulhar para dentro dos pecados que estão em nós mesmos e, assim encontrarmos no mais baixo a ascensão para Deus, que corresponde à ansiedade originária do homem escondida na alma.
E Somente o humilde está preparado a abraçar sua terrenidade, sua sombra. A humildade é condição para que a pessoa deixe Deus ser Deus. Quanto mais próximo o homem chega de Deus, mais humilde se torna.
A humildade é uma obra que ajuda ao homem reconhecer suas fragilidades. O que está em jogo neste exercício é eu ver minha própria verdade em vez de preocupar-me com os pecados dos outros.
A espiritualidade nos mostra que chegamos a Deus através de uma rigorosa auto-observação e sincero querer, pois Deus deseja se fazer descobrir.
Assim, o caminho para Deus passa por minhas fraquezas e vai ao encontro delas. Na raiva, devo perguntar-me o que Deus gostaria de dizer com a minha raiva. É possível que eu encontre em minha raiva a criança ferida que está em mim? A raiva pode apontar o caminho para o verdadeiro eu?
É simples, onde está o maior problema, ali está a maior solução! Onde nos deparamos com nossas fraquezas pessoais é que nos tornamos abertos para Deus. Ele nos educa através de nossos fracassos humanos e de nossos entulhos. Para isto, precisamos auto-suportar-se, e não fugir de si mesmos; o permanecer-em-si é a condição para o progresso humano e espiritual. E eu chamo isto de salvação, o carregar da cruz.
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