quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Conheces Deus?

      Primeiramente, se queres conhecer a Deus, aprendes a conhecer-te a ti mesmo. Sem o auto-conhecimento corremos sempre o perigo de nossos pensamentos acerca D’ele serem meras projeções. O paradoxo do conhecer Deus está no fato de querermos subir para Deus, à medida que nos rebaixarmos até nossa própria realidade. Para isto, precisamos mergulhar para dentro dos pecados que estão em nós mesmos e, assim encontrarmos no mais baixo a ascensão para Deus, que corresponde à ansiedade originária do homem escondida na alma.

      E Somente o humilde está preparado a abraçar sua terrenidade, sua sombra. A humildade é condição para que a pessoa deixe Deus ser Deus. Quanto mais próximo o homem chega de Deus, mais humilde se torna.

      A humildade é uma obra que ajuda ao homem reconhecer suas fragilidades. O que está em jogo neste exercício é eu ver minha própria verdade em vez de preocupar-me com os pecados dos outros.

      A espiritualidade nos mostra que chegamos a Deus através de uma rigorosa auto-observação e sincero querer, pois Deus deseja se fazer descobrir.

      Assim, o caminho para Deus passa por minhas fraquezas e vai ao encontro delas. Na raiva, devo perguntar-me o que Deus gostaria de dizer com a minha raiva. É possível que eu encontre em minha raiva a criança ferida que está em mim? A raiva pode apontar o caminho para o verdadeiro eu?

      É simples, onde está o maior problema, ali está a maior solução! Onde nos deparamos com nossas fraquezas pessoais é que nos tornamos abertos para Deus. Ele nos educa através de nossos fracassos humanos e de nossos entulhos. Para isto, precisamos auto-suportar-se, e não fugir de si mesmos; o permanecer-em-si é a condição para o progresso humano e espiritual. E eu chamo isto de salvação, o carregar da cruz.

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Oração do Magnificat (Lc 1, 46-56)


Minha alma glorifica o Senhor, 
Meu espírito exulta de alegria
Em Deus, meu salvador, 
Porque olhou para sua pobre serva. 
Por isso, desde agora, 
Me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, 
Porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso
E cujo nome é Santo. 
Sua misericórdia se estende, de geração em geração, 
Sobre os que o temem. 
Manifestou o poder do seu braço, 
Desconcertou os corações dos soberbos. 
Derrubou do trono os poderosos
E exaltou os humildes. 
Saciou de bens os indigentes 
e despediu de mãos vazias os ricos. 
Acolheu a Israel, seu servo, 
Lembrado da sua misericórdia, 
Conforme prometera a nossos pais, 
Em favor de Abraão e sua prosperidade, para sempre.