O ENIGMA DA RELIGIÃO

 Querendo ou não, somos, em parte, o passado que herdamos. E a palavra Deus desempenha um papel crucial nesta estruturação.

Na religião, Deus é o símbolo para a resposta à pergunta. O que o homem declara acerca de Deus, ele na realidade afirma acerca de si mesmo. Se a religião é um espelho, Deus é a imagem que o homem, neste ato de transcender-se projeta de si mesmo. Pode se assim dizer: que o homem criou Deus a sua imagem e semelhança.

Em conseqüência, ele atribuiu uma realidade separada e autônoma a Deus, como se Ele fosse um objeto em si; porém, Deus é o diário onde o homem registra os seus mais altos pensamentos e sentimentos, o álbum genealógico onde inscreve o nome das coisas que lhe são mais caras e sagradas.

Se assim fosse, a religião seria nada mais que uma fantástica criação da mente humana, totalmente destruída, porém a linguagem da religião está na sua própria significação uma expressão de um objeto a um tempo interior e universal; a religião é a imagem enigmática que a essência do homem, pode a vir a ser no futuro, e que dirige ao homem no presente. É o homem que compreende e interpreta o mundo e por meio deste ato o constrói para si.

 Para entendermos o enigma da religião devemos recorrer para a tradição profética do velho testamento, (o símbolo Deus), que remete o homem a uma experiência de libertação; (Deus faz possível a liberdade num mundo onde liberdade é objetivamente impossível), isto significa que o homem precisa fazer uma experiência do seu cativeiro de pecado para um futuro aberto – chamado Deus que morreu para nos salvar, afim de que o homem não envelheça e morra, mas tenha a plenitude eterna. O que precisa ser compreendido aqui é que, onde quer que exista a esperança, ali existe a religião, porque ai se revela a nostalgia, o Reino de Deus.                                    

                      Autor Elias Franciozi a família Magnificat